ESPAÇO E TERRITÓRIO
A complexidade do conceito de espaço é
uma daquelas questões que é capaz de ultrapassar gerações e culturas sem um
consenso acadêmico. Para a geografia tradicional o espaço é a base de toda a
dinâmica do homem. Para a geografia crítica inspirada em Lacoste e Santos, é o
movimento do econômico que gera a espacialidade e assim o faz socialmente baseado
em Ratzel, na geografia, é os meios produzidos para a vivência, e
adaptação, do homem a natureza, portanto o homem precisa deste espaço para se
reproduzir socialmente. Desta forma ele tem um caráter político e biológico
quando desenvolve a ideia de "espaço vital" em Ratzel. Deste modo esta relação é
eminentemente social e tem o caráter de apropriação da natureza pelo homem. O mundo humano é
cada objeto, ferramenta, maquinário, bens, coisas e tudo que serve para a
adaptação do homem em um lugar hostil e fazer deste o meio para a produção de
seu modo de vida, que é social. Assim os espaços controlados pelo homem passam
a ser palco de modelagem e disputas de domínio o que leva muitos a darem um
valor muito grande aos signos aí existentes. Os fixos, formas atropofizadas que
dão utilidades concretas aos espaços, são as construções e meios de se reproduzirem
economicamente e assim dar a este espaço um caráter de território, pois se há
uma relação social existirá, sem dúvida, uma relação de poder, e se há a
relação de poder existirá um território. Para o espaço, entendido como Milton Santos
nos ensinou, as formas espaciais são as expressões do modo de produção econômico
vigente naquele tempo histórico e neste dado lugar. Desta forma o território é
algo que se obtém com o domínio deste espaço para uma exploração econômica de
poder. Logo o território é posterior ao espaço, sendo este matéria prima do
território. E o espaço é paradigma para todas as discussões geográficas.
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