quinta-feira, 22 de novembro de 2012


UM ESTADO LAICO?
As várias questões envolvendo discussões no que diz respeito ao distanciamento do Estado à religião fez emergir uma indagação oportuna: pode um Estado laico se envolver em questões religiosas? Questões como a frase nas cédulas do dinheiro nacional e o crucifixo nas repartições públicas podem nos fazer pensar que o Estado não é laico. Mas, se pensarmos que o Estado é formado por representação, temos um quadro de difícil conceituação. Já que todas as religiões são representação de uma expressão nacional e compreende uma cultura nacional.
As várias segmentações de representação social nos mostra que o Brasil é um país diversificado, não somente na questão racial, se é que exista, mas nas várias questões do processo formador de uma sociedade, sendo assim a religião é um componente deste quadro geral. Desta forma não podemos pensar em um país sem a presença da religiosidade fazendo parte do espaço social e da arquitetura das cidades brasileiras. As várias facetas da sociedade monta este mosaico que não é justaposto em si, mas é uma relação de animosidade entre os vários tipos de representação cultural. Assim podemos definir cultura como a expressão de um povo que deixa para seus descendentes um saber que não pode ser compartilhado apenas nos livros, mas de forma concreta e com o mais próximo possível um dos outros. Desta forma a igreja, o terreiro, o centro espírita, a escola de samba, o boteco, o teatro, as televisões, etc. podem ser colocados no mesmo bojo de conhecimento e expressões de cultura de um povo. A forma como um determinado grupo se expressa não pode ser discriminado em relação ao outro. Como pode o ministério da cultura tachar as escolas de samba como cultura brasileira e as igrejas não o ser? A liberação de somas enormes de dinheiro para as escolas de samba dá inveja a qualquer chek do oriente médio, mas quando esta mesma soma é para entidade filantrópica religiosa, surgem os defensores da pátria para dizer que o Estado é laico. O que se define por Estado laico é a não influência desta nas decisões do Estado. O que a religião crê não pode ser medida de tomada de decisão e assim o Estado se torna laico. Agora a ajuda a um grupo de religiosos para promover suas festividades e a afirmação deste no espaço, não pode ser uma ofensa ao Estado laico. Os que pensam assim erram no objetivo e na metodologia aplicada no conhecimento de uma realidade.
Estado laico pode ser entendido como um Estado livre de influência religiosa nas decisões de abrangência geral. Como Hobbes entendia o Estado, ele é uma representação do povo, muito mais forte que o povo para a defesa do povo. Assim a representatividade é isonômica, e desta forma isonomia é entendida como a capacidade de tratar diferente o diferente nas suas respectivas diferenças. Como pode ser o Estado laico se trata todos com igualdade? Onde fica a isonomia da nossa constituição? Assim não podemos cair na encruzilhada da ignorância de pensar que um Estado ateu é um Estado laico, podemos dizer que ateísmo é uma religião, a liberdade religiosa é a liberdade do indivíduo de ter uma religião ou não. Se prega tanto a tolerância e estes mesmo são intolerantes!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

GEOPOLÍTICA DAS ELEIÇÕES

As eleições passaram, agora existem aqueles políticos que estão se preparando para o inicio do mandato e existem aqueles que irão trabalhar para promover seus nomes para um próximo pleito. Desta forma já está tudo configurado, politicamente, apenas nos dias ligeiramente subsequentes às eleições. Passadas a euforia é hora de dividir o território em busca de acomodar perdedores e justapor aliados políticos, ou não, nos mais diversos cargos de nomeação. 
A busca por uma governabilidade, palavra esta que figura entre os jargões político mas que não expressa o sentido real da democracia pois democracia é a governabilidade em meio a contraponto de ideias, levam políticos a dividir o território político em quinhões e cada um quer um. Os efeitos nocivos à máquina pública é devastador pois a meritocracia é dada no campo de votos e não na qualidade  técnica do pretendente ao cargo, assim o domínio do território é fantasmagórico e atenta contra a boa fé dos cidadãos.
 A base aliada é resultado de um balcão de negócio que tem suas atividades muito antes da campanha política, logo a campanha já viciada em seu nascedouro e provavelmente logo após o término da campanha o balcão continua. Os eleitores são tratados como mercadorias, baseado na doutrina de Karl Marx, "se eu tive "X" votos, tenho direito a um cargo melhor e o fulano teve menos que eu", o valor que se dá ao voto não expressa um caráter político ideológico, aliás os partidos políticos no Brasil a muito tempo não é expressividade de ideologia, mas um caráter mercadológico. A busca por uma participação na batalha política não expressa a vontade de vencer, mas uma notoriedade nacional para poder alcançar um valor melhor no mercado. Desta forma as alianças são junções de partidos sem ideologia buscando uma somatória de valor, como os fazem os pequenos agricultores para terem poder de barganha comercial, e assim alcançar o patamar de negociações. O jeito viciado de fazer política no Brasil mostra que a produção em larga escala de partidos, fraciona o território político da forma de um mosaico, e isto é nocivo, não estamos votando em ideologia, mas em formações mercadológica do território político brasileiro.






sexta-feira, 7 de setembro de 2012

7 de setembro

       As comemorações neste dia são um retrato de uma sociedade que ainda dispõe de tempo para sonhar! Sonhar com dias melhores que ontem a presidenta Dilma nos fez promessas, mesmo vazias mas fez, que os dias vindouros serão melhores. Energia mais barata, e consequentemente produtos mais baratos e com potencialidade de concorrência com os produtos externos. Assim quase 200 milhões de brasileiros foram as ruas para comemorar a nossa "liberdade" política de Portugal. Mas a nossa liberdade foi condicionada com um alto preço: a descendência dos portugueses, não coloco aqui os cidadãos portugueses, mas a herança política de exploração e uma aristocracia mais preocupada em acumular vantagens em detrimento da vontade geral. Desta forma somos refém de uma política que é incapaz de resolver os problemas sociais e econômicos de nossa nação.
     Quando queremos enaltecer a "Pátria", somos imbuídos a reverenciar uma "mãe", que esquece da maioria dos filhos e aquece uma minoria, que não precisa da proteção de uma mãe, os menos favorecidos, aliá estes são maioria, carece desta proteção que em geral é negada. A mãe Pátria é uma mãe sem escrúpulo e suas decisões em geral é parcial, se ela fosse julgada pelo ECA, teria a guarda de seus filhos negada. Os filhos ricos recebem incentivos fiscais e financeiros para sua autopromoção, enquanto os filhos pobres recebem bolsa esmola para não morrer de fome e assim manter uma imagem de maior programa de divisão de renda social do mundo. Uma mãe que usa a situação social de seus filhos para se promover com suas amigas é no mínimo indigna de respeito. A mãe Pátria é cruel com seus filhos pobres, deixa os filhos ricos explorarem os pobres e não faz nada, nem chama a atenção, talvez seja porque o ECA proíbe a punição severa é que a mãe usa a vista grossa. 
     Como posso comemorar a liberdade se esta não diz nada, e é apenas uma palavra vazia de significado?Se minha mãe cuidasse melhor de meus irmãos e fosse isônoma em suas decisões, caberia uma comemoração e motivos de festejar a data. Mas com este currículo minha mãe está sem moral comigo. Há, eu me considero um cara altamente patriótico, mas contudo racional!